Ontem foi um dia muito especial. Apesar de ter ido para a cama às quatro da manha, dormir em euros nao vale a pena e logo despertei. Cruzei a cidade com o passo apressado de um paulista e com a ansiedade de uma criança. Na estaçao principal cheguei para tentar alugar uma bicicleta. Linda, azul e como a de todos os locais...classica como uma "barra forte".
Ja conhecendo um pouco a cidade, deslizava sobre seu asfalto sem medo de errar a entrada. Como se soubesse totalmente para onde estava indo, entrava na direita, como se fosse pegar um atalho, quebrava malandramente a esquerda. O vento frio da manha cortava o rosto e pelo reflexo do predio pude observar que estava sorrindo. A primeira coisa que veio a cabeça...fugir deles...fugir de ser um deles...os turistas.
Cruzei o rio pela ponte vecchio e logo estava afastado daquela multidao de maquinas fotograficas modelo "acabaram de lançar". Pelas ruas da verdadeira cidade, circulava assobiando, observando as pessoas. Atraves do suave passo de uma "nona", lembrei da minha que ja partiu. Aquele pedaço de Florença em pouco lembrava a ja alguns minutos para atras. E com aquele breve momento de fuga, pude sentir o prazer da liberdade. Uma liberdade que so alcançara com a minha "solidao programada". Recorrendo ao meu mapinha, fui em direçao a parte mais alta da cidade e tambem muito frequentada por aqueles seres das maquinas fotograficas.
Sem as minhas 27 marchas da minha magrela ( que no momento adormece num porta malas), subir a ladeira que dava acesso a pizzale Michellangelo foi uma tarefa quase impossivel ( ainda mais com uma pequena
Retornando ao velho centro, ja de bike novamente, visitei mais alguns museus, reencontrei com meus pais e com o dia chegando ao fim e a hora da despedida da magrela se aproximando, resolvi terminar o dia no Museo Nacional da Fotografia. Uma exposiçao do fotografo Italo Zannier, mostrava fragmentos da vida dos italianos nas decadas de 50,60 e 70. Gente pobre, gente rica, casas, trabalhos... peças que me ajudava a montar um quebra-cabeças: que Italia meus avos deixaram para tras e qual eu estava descobrindo agora.
Acordamos e com o carro rumamos a Siena. A estrada linda, com seus campos e vilarejos. Me sentia em uma maquete de trem.
Siena , com suas ruas medievais, seus palacios e igrejas é deslumbrante. No chao da praça principal, como bons europeus, nos deliciamos com os sandubas preparados com a sobra da noite anterior.
Na volta pela estrada, uma fortaleza em cima de um morro chamou a atençao e lembrei que tinha lido sobre ela em algum lugar: Montaglione. Consegui pegar a primeira saida e logo estavamos cruzando os muros que protegem a medieval cidade.
A tentativa de ir a San Geminiano foi um pouco mais complicada. Com o GPS atrapalhando, demos algumas voltas ate chegar a mais belas das cidades visitadas no dia. Um por sol inacreditavel, pintava as paredes da cidade com um laranja quente e forte. Anoiteceu e terminamos o dia almoçando com uma vista inacreditavel! Um vale maravilhoso servia de "pano de frente" para uma comida deliciosamente toscana.
Ja entrando em Florença novamente, decidi que vou me separar um pouco do grupo...vou tentar seguir para Cortona de trem. Amanha enquanto eles continuam a explorar as rendondezas, ficarei por aqui, vou resolver algumas coisas do resto da viagem e na estaçao, vou descobrir a melhor maneira de chegar ao proximo destino. Se for possivel, pretendo montar a minha adormecida bicilcleta e partir rumo ao interior da Toscana, ja com a magrela montada. E de brinde tentar dar mais conforto ao resto do grupo.
a seguir... cenas do proximo capitulo...
bjs a todos que tem me acompanhado nessa trip,
Gian Carlo Bellotti
5 comentários:
Muito foda cara! Tenho acompanhado direto! Muito bons os seus textos!
Grande abraço meu camarada!
sim, eu leio sempre
rsrsrs
acho que é isso mesmo, Gian. Agora a sua aventura vai começar.
é nos momentos a sós consigo que a gente pensa. e pensar faz bem pra alma. pensa nas escolhas, nos atos, nos atropelos, nas cabeçadas, no que acertamos.
e é assim que se cresce. e crescer é muito bom.
não deixe de postar. é uma delícia ler.
GIANZINHO!
Eu sou fã do seu blog, tá maravilhoso!!
O que foi esse relato com as filipinas???...tu num vale um real furado!!! Hahahahahha!
Continua contando tudo!
Beijosssssssssss
Muito bom tê ler...já falei e repito!!!
Eu te falei desse lance da solidão...solidão quando a gente ta de verdade com a gente é a solidão mais bem acompanhada de todas! Eu particularmente sou fã dessa solidão... tenho saudade dela quase todos os dias!
Aproveita meu querido mais querido - APROVEITA TUDO!!!!
beijos e beijos
Alice
Tô adorando os textos. Não conhecia o poeta. Só o divertido, o esportista e o boêmio.
Beijos,
Ju Forli
Postar um comentário