A Beleza em Firenze

Continuando a viagem "mamae sua proxima nora mora na Italia!"... descobri desde a tarde de ontem, de onde eles

tiram todas aquelas mulheres lindas que eu sempre vi na RAI. Na cidade das flores...rosas, margaridas, lírios, cruzam as esquinas da movimentada Firenze. Os olhos, o cabelo, a elegante forma de andar.. e como belas bonecas de brinquedo, ainda vem com o tipo de roupa que eu gosto...praticamente uma Disneylandia,

só ainda não descobri como faço para andar nos brinquedos...rsrsr, mas calma é só o primeiro dia...rsrs.

Bom voltando ao que interessa, a viagem. A beleza em Florença não se manisfesta só nos belos exemplares femininos. O berço do Renascimento, me presenteou hoje com um banho de imersão cultural.

O sol hoje apareceu e o casaco dos dias anteriores deu lugar

a já esquecida camiseta

hering. Tentei alugar uma bicicleta, mais o serviço público não funcionava aos domingos e segui a jornada a pé. Com o mapa na mão tentei escolher por onde começar...difícil escolha.

Meus pais tinham ido a feira internacional de cosméticos em Bolonha e o Marcio e a Teresinha,

me ligaram sugerindo a Galleria dell'Academia. Cruzando a cidade, logo cheguei. Fui adimirando as obras, reconhecendo alguns nomes, quando derrepente me deparei com uma das coisas mais lindas que vi na vida. Davi. Michelangelo em sua forma mais bela. Rodeava a escultura e tentava entender como uma homem poderia realizar tal perfeição. Os

músculos, a expressão, as veias nas mãos...inacreditável. Não era possível fotografar(como na maioria dos museus), mas e daí, já tinha visto a foto por toda a minha vida. O pintor e arquiteto Giorgio Vasari descreveu assim o impacto que a obra causava aos observadores:"Nor has there ever been seen a pose so fluent, or graceful equal to this, or feet, hands and head so well relier to each other with quality, skill and design." E olha que o cara sabia das coisas. Algumas obras depois já no museo Uffizi(o maior museo de arte da Itália), senti na pele a diferença de ter nascido a tantas milhas nauticas do berço artístico do mundo. Crianças e Jovens, com seus mestres, aprendiam desde cedo, quem foi Michelangelo, Da Vinci, Botticelli entre outros. A dias atrás minha mãe tinha me contado que a quase vinte anos atrás teve quase uma crise de choro, quando no Louvre, se deu conta de que seus filhos iriam ter que ralar muito para conseguir "brigar" com aquela criançada. Mas finalmente, alí estava eu, com um atraso de quase trinta anos, senti um líquido tomar co

nta dos meus olhos...eram as tais lágrimas. A minha frente O Nascimento de Vênus de Botticelli. As lágrimas não eram de tristesa, nem tão pouco de inveja daqueles outros jovens que sempre tiveram ela ao alcance, mas sim porque eu estava alí. Podia finalmente apreciar várias obras que só tinha visto em papel ou pela fria tela de um computador. Por sorte, a preocupação da minha mãe não teve um peso tão grande e meus olh

os iam aos poucos reconhecendo alguns quadros, alguns traços, algumas cores e ficou claro para mim que apesar de ter sido criado a base da quinta da boa vista e do museo imperial de petrópolis, a informação e a cultura, graças a deus! está aí para quem quiser!

Depois de um sanduba na calçada.Terminei a tarde no Palazzo Pitti, o grande j

ardim que fica atrás já estava fechado, mas consegui passear pelo grande palácio, transformado em museo. Em suas paredes, centenas de milhares de obras de arte. Lindo!

Voltei já no início da noite para o Albergue e depois de um banho desci para tentar atualizar o Blog. A essa altura já tinha feito amizade com a Romina, uma das recepcionistas do Hostel. Antes de sentar no computador perguntei para ela o que eu poderia fazer a noite. Ela puxou um daqueles mapas turísticos e com a caneta ia marcar algum lugar e eu a interrompi. Não Romina, o que vcs fazem por aqui a noite? - não aguentava mais ser turista.

Aí ela me disse que iria sair com uns amigos, q

ue o lugar ficava um pouco fora do centro, que tinha música, bebidas... me convidou e eu.. claro.

Me sentei para atualizar o blog e no meio do texto, escuto meu nome ecoar pela recepção do Hostel:"GianCarlo...hey...let's go?" Corri para substituir minha havaiana por um tenis e quando desci as escadas, Romina me filmou de cima a baixo. "Você não teria um sapato?"..rsrsr. E assim fui, com meu tenis, minha c

alça jeans...com meu modelito viajante a um lugar que eu não fazia a menor idéia onde nem o que era.

Andamos até um apartamento a quadras dalí e uma linda filipina atendeu a porta. Romina tinha duas amigas e um amigo das Filipinas. Num táxi rumamos a tal boate, detalhe, eles estavam arrumadíssimos...rsrsr...combinamos que se eu fosse barrado, diríamos que eu morava na Islândia e que perdi tudo no vulcão.

Bom vou tentar descrever o lugar. Vou precisar de um caldeirão... adicione uma daquelas festas em uma Ilha em Angra dos r

eis, com mauricinhos e suas lanchas...um pitada de festa de casamento, com suas músicas e alegria dos convidados...quanto baste de um lugar tipo Plataforma, com seus shows performáticos e para terminar não esqueça da decoração estilo motel dos anos 70.

Após passar pelo leão de chácara que autorizou a minha entrada pois era o único gringo do lugar, cheguei ao salão principal. A entrada de 13 euros dava direito a um drink qualquer da casa e comida.

Comida? Sim no meio do salão uma grande mesa com frios, saladas e pasta! dava o "start" na noite. Derrepente homens de preto apareceram do nada e retiraram não só as comidas como todas as mesas. As luzes se apagaram e de um palco, que também apareceu do nada... um show com coreografia e tudo.

E os italianos batiam palma e dançavam. Um champagne depois, quando olho para o palco novamente, vejo um homem fazendo malabarismo com um chapéu maluco. A essa altura do campeonato, já não estava entendendo mais nada daquele lugar. E quando achava que já tinha visto tudo...as luzes se apagam e surge

do nada...um careca com pinta de galã de churrascaria do Méier, fazendo cover sobre bases musicais das mais diversas, novos clássicos italianos e sucessos das pistas de casamento brasileiros eram embalados por palmas, coreografias e muitas risadas. E eu juro...não era uma boate gay...rsrsr.

Depois desse maravilhoso espetáculo, uma outra entrada dos homens de preto, tranformou o palco num set de DJ e a noite rolou até o chão!

Algumas doses mais tarde... já tinha me

"enturmado" com as filipinas. Um viva as

Filipinas! Ao som do Rap das Armas, remixado com uma batida eletrônica, viramos doses de tequila. Eu e a Filipina número 2... e olha que eu nem gosto de tequila..rsrrs. A barwoman, resolveu dar doses a mais para gente e aí, fazer o que...tomar...né?

Aquela noite que tinha tudo para ser estranhíssima, virou a noite mais engraçada da viagem...pelo menos por enquanto...rsrsr.

Bem diferente de todas as obras que tinha visto pelo dia, as 3hs da manhã, depois de dançar uma

espécie de forró com a "loira beleza americana", percebi um povo alegre e feliz. Aqueles rostos tristes e oprimidos, imortalizados nos quadros

renacentistas, deram lugar a sorrisos, olhares

despreocupados e a leveza da juventude.

Voltei para casa dando graças a deus que essa viagem termina com uma

peregrinação...rsrs...acho que precisarei de uma limpeza...rsrsr.